
"O estudo Violência e Convivência nas Escolas, realizado por pesquisadores da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), aponta que mais de 60% dos docentes entrevistados têm certeza de que seus alunos vão abandonar os estudos para trabalhar. Além disso, só 15% dos professores acreditam que eles vão terminar o ensino médio e encontrar um bom emprego. "Na verdade, essa visão replica o que acontece na sociedade. Essa falta de crença no aluno é a mesma falta de crença e de compreensão que cerca o jovem de forma geral", afirma a autora do estudo, Miriam Abramovay."'(RITLA)
O campo de estudos da sociologia da educação enfatiza a relevância das expectativas e aspirações educacionais sobre a longevidade e o desempenho escolar dos estudantes. Há evidências de que os alunos que apresentam os piores desempenhos e/ou que abondonam a escola são provenientes de famílias com baixas expectativas sobre o estudo - seja porque não acreditam ou entendem a importância da educação para o futuro dos filhos, seja porque não creem na capacidade intelectual de suas crianças. Como consequencia, , essas crianças, em geral, também não desenvolvem grandes aspirações quanto à própria carreira acadêmica, e o resultado é o abandono prematuro dos estudos. Infelizmente, essa cadeia se estende também na escola, onde os professosres, em particular, têm poucas expectativas quanto ao futuro escolar dos alunos, especialmente os das escolas públicas localizadas em regiões de vulnerabilidade social.
A pergunta que sempre nos ronda é: o que resta a essas crianças se nem a família, nem a escola acreditam que elas podem ter um futuro promissor?
E o que isso tem a ver com a violência escolar?
Bom, não é difícil concluir, e há evidências disso, de que esses alunos, com o tempo, perdem o interesse pela escola e, por conseguinte, não mais investem em sua conservação e cuidado. O resto nós já sabemos ..... depredações, pichações, indisciplina, apatia, dentre tantas outras coisas.
O cerne desse questão está relacionado ao traço discriminatório da cultura brasileira que, apesar de não admitido, permeia as práticas sociais e faz perpetuar a idéia de que ao pobre só resta o crime.
E pior: o crime organizado apostou nessa lógica e tem dado aos jovens das periferias "oportunidades" para mostrarem que sabem fazer bem seus trabalhos...

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