segunda-feira, 6 de julho de 2009

ESCOLA DA PONTE - por uma nova organização escolar





O site Uol Educação publicou dia 30 de junho entrevista com o educador português José Pacheco (foto), idealizador do projeto Escola da Ponte reconhecido pelo caráter inovador de organização escolar aliado aos bons desempenhos apresentados pelos alunos. Pacheco é crítico mordaz do atual modelo educacional adotado pelas escolas em geral que preconiza a adequação do aluno aos pressupostos estabelecidos ao invés do contrário, ou seja, da adequação do modelo às necessidades dos alunos.

No debate sobre a violência nas escolas, a dimensão da organização escolar é muitas vezes deixada de lado enquanto se privilegia a abordagem dos fatores socioeconômicos envolvidos, especialmente nos casos de maior gravidade que provocam comoção popular. No entanto, essa discussão é absolutamente fundamental para a superação do problema.

Há evidências de que a organização escolar, expressa pelo projeto pedagógico e institucional, que delineia as formas de enturmação dos alunos, a carga horária, as disciplinas cursadas, as atividades extra-classe, os eixos transversais, dentre outros, é variável significativa para o estudo da violência nas escolas. Como exemplo disso, cite-se que é comum encontrarmos escolas situadas na mesma região, com características socioeconômicas semelhantes e clientela idem, mas que apresentam indices de violência bem diferentes. Com isso, é possível perceber que a explicação preferida pela mídia, que relaciona a pobreza à criminalidade, não se sustenta empiricamente. Há muito mais para se explorar nessa caixa preta. O papel da gestão - do diretor da escola - é decisivo em todo esse processo, mas esse já é tema para outro post.

Não se trata aqui de defender a implantação da Escola da Ponte no Brasil nos mesmos moldes do implementado em Portugal. Desnecessário dizer que nossa cultura e especificidade são singulares. A despeito disso, já passou da hora de se repensar a organização escolar no Brasil.

Recentemente o Mec divulgou o início de um projeto piloto para o novo Ensino Médio a ser desenvolvido em 100 escolas pelo país. Espero que essas inicitivas se estendam também para o Ensino Fundamental e que apontem para reformas estruturais vigorosas como a realidade atual exige.

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